A primeira inspiração para os meus quartos, foi o próprio projeto da Tijosa Eco House Camp e os seus propósitos ecológicos.
Por isso, o aproveitamento de materiais usados, desperdícios que iriam para o lixo e a reutilização subvertida de objetos de um universo que nada tem a ver com o espaço onde foram aplicados como por exemplo, as mesas de cabeceiras feitas com vários pneus usados de carros.
Depois , o ADN do meu trabalho e a importância dos clientes sentirem uma assinatura de autor quando entram nos quartos.
Como são dois quartos , decidi criar um branco e um preto, numa alusão ao Yin e Yang, também representado na piscina do projeto.
O quarto branco com peças em vários tons de branco assim como as paredes e o chão, passa uma luz especial assim que entramos e conforta-nos de uma maneira simples e familiar.
Com a colcha feita em patchwork de restos de tecidos a fazer lembrar os tempos dos nossos avós em que a vida era um pouco mais modesta, as cortinas feitas com várias camisas brancas, as paredes pintadas de uma forma arcaica e imperfeita a sentirem-se as pinceladas e a pequena instalação elétrica apenas decorativa, fazem deste quarto um espaço humano onde se sente a alma e a mão do seu criador.
O quarto preto, mais sofisticado, pela própria cor, funciona quase como uma black box.
Totalmente preto, tirando alguns detalhes de cores bastante gráficas, este quarto tem um toque um pouco Punk, patente também de certa forma no meu trabalho. Esse aspeto mais agressivo é dado por exemplo pela cortina feita com rede militar usada para camuflar, e pelos pneus pretos usados como mesas de cabeceira.
Estes elementos um pouco trash, são equilibrados com os detalhes de cores muito fortes e da talha dourada colocada em lugares estratégicos do espaço, fazendo deste quarto uma experiência diferente.